Muito mais do que um verniz de cultura: o poder humanizador da literatura no mundo corporativo

O Valor Econômico acaba de publicar uma reportagem sobre o impacto positivo de um clube de leitura na empresa Adium do Brasil, destacando o fortalecimento da empatia e da colaboração entre gestores e equipes. O projeto, que conta com a participação do nosso professor convidado Dante Gallian, confirma mais uma vez o poder humanizador dos grandes clássicos da leitura, um dos princípios que guia as ações do CEHDI.

Ao longo da nossa atuação, vimos como as pessoas passaram a enxergar-se e a enxergar quem está à sua volta melhor depois do exercício de humanização que é ler e refletir sobre obras que tocam o cerne da experiência humana.

Resiliência, responsabilidade, liderança, sucesso, fracasso, equilíbrio entre vida profissional e pessoal: todos esses conceitos fazem parte da experiência humana e refletem-se, de uma maneira ou outra, nas grandes personagens e tramas dos livros. Ao mesmo tempo, é fácil perdê-los de vista em um ambiente cada vez mais tecnológico e regido por métricas e KPIs. Isso ficou evidente sobretudo durante a  pandemia, que trouxe entre seus males uma verdadeira multiplicação de casos de pessoas com problemas de saúde mental.

Por isso criar um ambiente em que gestores e colaboradores possam e desejem colaborar com verdadeiro engajamento é fundamental. E esse engajamento se consegue quando todos veem na realização do projeto uma realização pessoal.

E como a literatura faz isso na prática?

A literatura clássica é um espelho e uma janela

A leitura dos clássicos permite que gestores e líderes empresariais  enxerguem-se na complexidade das personagens: suas vivências, conflitos e decisões podem ser comparadas com a experiência de cada um e abrir um novo panorama para reflexões sobre a própria humanidade e a dos outros.

Ao depararmo-nos com questões existenciais em A Morte de Ivan Ilitch de Tolstói, por exemplo, somos levados a ponderar sobre o propósito da vida e o balanço entre as esferas pessoal e profissional.

Empatia por meio da narrativa

Histórias como O Velho e o Mar, de Hemingway, instigam os gestores a olhar além dos resultados imediatos quando se trata de sucesso ou fracasso. Passar a valorizar qualidades como resiliência e perseverança, como o garoto que apoia o pescador sem sorte, é uma maneira de apreciar e cultivar a empatia, aspecto crucial para liderar equipes de maneira mais humana e compreensiva.

Literatura como aprendizado para crises

A experiência pessoal é inevitavelmente limitada, mas as grandes obras da literatura nos permitem incorporar a sabedoria acumulada pela humanidade ao longo dos séculos. Obras como Hamlet, de Shakespeare, trazem cenários de crise e conflito, permitindo que gestores pensem em suas habilidades de liderança e decisão em situações extremas, em que não há muitas certezas.

Abrir horizontes para a criatividade

Clássicos da literatura não nos levam apenas a mundos e épocas distintas: elas também nos fazem pensar de maneiras distintas. Enxergar as coisas em nova perspectiva, aprender a “roubar” como um artista ao conhecer tramas e personagens profundos expande o pensamento crítico e a capacidade de inovação de líderes e colaboradores.

É missão do CEHDI ajudar as pessoas a transformar esse tesouro da humanidade em novas maneiras de liderar e trabalhar, de modo que o ambiente corporativo possa ser cada vez mais humano, com reflexos diretos e imediatos em todos os aspectos de nossa vida.

Confira aqui mais artigos sobre o impacto da literatura no meio empresarial:

Literatura e vida profissional: “Ninguém sai do mesmo jeito”

Cansaço moral ou existencial?

“A literatura não ameniza nosso sofrimento, mas nos provoca”: Uma conversa com Rafael Ruiz

A construção dos relacionamentos em “Felicidade Conjugal”, de Tolstói