Recentemente, Dante Gallian, professor convidado do CEHDI, comentou sua experiência ao visitar o Museu do Ouro em Bogotá. Ali, ao contemplar as pequenas (em tamanho) obras-primas da arte indígena, ele pode ver como os homens sábios dos povos ancestrais valiam-se da beleza para desfazer o caos gerado pela atividade humana: suas oferendas douradas restauravam a ordem da vida e devolviam a harmonia.
“A beleza salvará o mundo”, escreveu Dostoievski. Em meio ao caos corrido do dia a dia, a contemplação do belo é, como era para os sábios antigos, uma maneira de restaurarmos nossa relação com o mundo, com os outros e conosco próprios.
Julho costuma ser um mês de férias e, portanto, um tempo propício para ordenar o caos da vida e reconectar-se com a humanidade, nossa e dos outros. Por isso, o CEHDI recomenda alguns livros que podem ajudar a aproveitar o tempo para começar a própria Odisseia do Humano:
- Os Irmãos Karamazov, de Dostoievski: Uma obra-prima da literatura russa, explorando a complexidade humana e dilemas morais.
- Ana Karenina e A morte de Ivan Ilitch, de Tolstói: dois dramas pessoais que são, na verdade, universais.
- Hamlet, Macbeth e Romeu e Julieta, de Shakespeare: o Bardo conhecia como poucos a natureza dos desejos humanos.
- Os Miseráveis, de Victor Hugo: Um romance épico sobre redenção, injustiça e luta por um mundo melhor.
- Dom Quixote, de Cervantes: Uma obra clássica repleta de aventuras e reflexões sobre idealismo, loucura e a natureza humana.
- A história sem fim, de Michael Ende: a descoberta da verdadeira vontade é a maior aventura que uma pessoa pode experimentar.
- O velho e o mar, de Ernest Hemingway: uma história profunda sobre a verdadeira natureza do sucesso.
Não se trata, claro, de ler para riscar um item de uma lista de afazeres. O objetivo das sugestões é, justamente, ajudar-nos a dar um passo atrás para começar a enxergar a ordem onde a correria só nos faz ver caos.
Além da leitura, a visita a museus, a contemplação das belezas naturais, a boa música e, enfim, todo contato com a beleza nos ajuda a repelir o caos. São atividades que, mais do que nos dar um verniz de cultura, são fundamentais para a nossa saúde existencial, como os sábios xamãs/artistas expostos no Museu do Ouro já haviam percebido.



